Tanto para o investimento siderúrgico da Thyssen, quanto da estrutura portuária do Açu no Norte Fluminense os maiores empecilhos à consolidação plena dessas novas plantas referem-se a insuficiência de infra-estrutura econômico-social em suas várias dimensões: transporte e logística, matriz energética e o tecido urbano social, incluindo os direitos de propriedade, bem como, formas de apropriação e uso do solo. Tais lacunas e gargalos, associados aos entraves burocráticos, oferta de saneamento básico, precariedade das condições de moradias e oferta de energia podem impedir a internalização dos efeitos dos investimentos em fase de consolidação.
Outros investimentos no entorno do porto estão previstos, é caso, por exemplo, do Arco Rodoviário Metropolitano – projeto de interligação do porto de Itaguaí com as principais rodovias federais que cruzam o Estado do Rio de Janeiro.
De acordo com a nova economia e reestruturação especial, a partir da década de 1980, vem sendo articulada uma nova configuração espacial. Os fatores que colaboram para essa reestruturação são a “globalização” e a organização empresarial estruturada em rede, não mais verticalmente, ao mesmo tempo em que é observada a crescente urbanização da população.
www.marijuanaskiesdispensary.com/wp-content/languages/new/ivermectin.html
Quanto à “globalização” o fator mais importante é a perda de capacidade política e financeira do Estado em sustentar-se como ator central das políticas públicas, inclusive as referentes ao desenvolvimento espacial.
Neste ambiente, a ameaça de migração dos investimentos tende a ser uma tática adotada para submeter o poder público aos interesses das empresas que fazem sua preferência locacionais não mais baseadas na disponibilidade de recursos de baixo custo, consideradas “vantagens comparativas estáticas”, mas sim nas “vantagens comparativas dinâmicas”, isto é, na oferta de infra-estrutura, de mão-de-obra qualificada e de gestão macroeconômica eficiente e estável.
Mais recentemente, o poder público estadual passou a praticar, com vigor, uma política de incentivos fiscais que atraiu diversas empresas e permitiu ao empresariado nacional e internacional estabelecer novas plantas industriais, com o aproveitamento de vocações tradicionais do Estado como logística portuária e produtos intermediários.
A dinâmica econômica atual concorre para consolidação das economias metropolitanas, dado o peso do setor de serviços. Mas, a difusão industrial pode colaborar para que o crescimento econômico favoreça o interior, longe das grandes aglomerações típicas dos espaços metropolitanos.
Aliás, a exploração de petróleo, com sede nas regiões Norte e Sudeste do Estado, tem sido responsável, desde a década de 1980, pela conservação do nível de atividade da economia estadual. Os impactos resultantes disso vêm se intensificando após a quebra do monopólio da Petrobras na extração mineral, melhorando as expectativas de prosperidade da economia estadual, favorecida com o ingresso de novos investidores.
O atual contexto pressupõe a possibilidade da economia fluminense superar sua secular inércia. Não apenas em decorrência da presença da mencionada “economia de serviço” na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, mas também da disponibilidade das novas vantagens locacionais: grande mercado consumidor, oferta de infra-estrutura produtiva e mão-de-obra.
O veloz crescimento populacional das cidades de porte médio, localizadas fora da Região metropolitanas é um indício de que elas passaram a oferecer as vantagens locacionais que atraem os investimentos industriais.
www.marijuanaskiesdispensary.com/wp-content/languages/new/ventolin.html
No estado do Rio de Janeiro, o número de cidades médias, desde 1980, praticamente dobrou, dilatando as opções locacionais das atividades econômicas no plano estadual, o que é importante porque revela a possibilidade de que a retomada do crescimento da economia estadual possa torná-lo menos polarizado do que tradicionalmente tem sido.
Para uma melhor reflexão sobre o desenvolvimento do Rio desde o final do Século XIX, dividiremos a nossa análise em cinco fases:
A primeira fase se dá do final século XIX até a entrada dos anos 1960, nesse período por ser o Rio de Janeiro o espaço-sede das Organizações do Estado e dos Poderes, assim como das estatais federais brasileiras “alimentou” equívocos e alienação com conseqüências negativas não-desprezíveis. Esses equívocos basicamente foram o de confundir o Estado no Rio com o Rio ser o Estado; a magnificação da auto-estima carioca; o de conferir ao Rio o emblema de signo da nacionalidade; o de atribuir aos cariocas o papel de “o” construtor da nação civilizada. Como conseqüências desses equívocos resultaram algumas alienações como, por exemplo, ignorou o processo de desenvolvimento das relações capitalistas em curso no país, principalmente em São Paulo e a crise histórico-cultural.
Na segunda fase, compreendida entre 1960 até o final de 1970, o autor examinou o início da “tomada de consciência” das fragilidades histórico-culturais. Nesse período, apesar da transferência da capital para Brasília, a crise da entrada dos anos 1960 e a ulterior fusão, a economia mundial e brasileira continuavam a crescer, o que prorrogou a crise histórico-cultural até a entrada do dos anos de 1980.
A terceira fase considera-se o período do início dos anos 1980 até meado dos anos 1990, onde o Rio de Janeiro assume a crise e se mostra manifestamente frágil frente a moderna economia paulista (resultante das suas próprias, variadas e acumuladas fragilidades econômicas, política, etc.
). Ainda assim, parcelas da elite econômicas e políticas sustentavam que obstante o desmonte do Estado na época, diante da modernidade tecnológica e liberalização, o Rio de Janeiro continuaria sendo a porta “natural” de entrada, achando que poderiam driblar a crise.
A quarta fase, que vai da segunda metade dos anos 90 até os dias de hoje, verificamos a presença marcante do Estado do Rio de Janeiro associada a muitas empresas privadas, principalmente a Petrobras.
www.marijuanaskiesdispensary.com/wp-content/languages/new/zovirax.html
Além disso, destacam-se importantes investimentos, tais como: o Pólo Gás-Químico de Duque de Caxias (que tem a Petrobras uma das empresas participes), o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro – Comperj, a relativa dinamização da indústria naval a partir de encomendas da própria Petrobras, os anunciados dispêndios do governo federal para o Arco Rodoviário do Rio, etc.
A última fase demonstra as preocupações com a evolução econômica do Estado. Apesar, da atual boa relação do governo federal com o governo estadual é preciso resgatar na escala estadual a atividade de planejamento, visto que sem ela as iniciativas locais, em regra gerais, são paliativas; pensar em tempos porvir, a curto, médio e longo prazo, sobretudo em investimentos em curso, bem como os anunciados pelas empresas o setor de petróleo, em especial na Bacia de Campo; e formulação de projeto nacional de referência, de modo a avaliar, por exemplo, os efeitos danosos que o petróleo deve provocar em uma determinada faixa litorânea nos próximos trinta a quarenta anos.
Ranulfo – Economista, mestrando do PPED do Instituto de Economia da UFRJ.
Fonte: Estadão