A partir de hoje, é a vez deles. Mas, seja qual for o resultado, seria melhor ter no vídeo os próprios candidatos, do que as réplicas que podem levar o eleitorado a equívocos irreparáveis.
Até aqui, com raríssimas exceções, foram poucos os candidatos – não os clones – que apareceram com algumas ideias inovadoras. Talvez porque os problemas sejam tantos e as propostas para resolvê-los, tão óbvias, que eles hajam preferido não enfocá-los com a profundidade necessária; apenas borboletear de um tema para outro, se possível, dourando a pílula, para não se comprometerem.
A cidade está aí, com suas imensas mazelas. Para vê-las, basta abrir os olhos. E os problemas então detectados não podem ser resolvidos de uma hora para outra, porque vêm se acumulando há décadas. E as soluções jamais serão definitivas, porque a cidade é um corpo dinâmico e suas transformações vão criando novos problemas.
Mas a possibilidade de que um dia surja um Prestes Mais ou um Faria Lima – um candidato, enfim, com uma estrutura de pensamento capaz de olhar a cidade e tentar projetá-la para o futuro, sem interromper obras inadiáveis e reunindo condições para viabilizar políticas públicas que atraiam investimentos – estimula o eleitorado a preservar uma esperança, a cada ciclo administrativo.
O diabo é essa pobreza de ideias. E a constatação de que, passadas as eleições, o que vai prevalecer é o carnê do IPTU.
O marketing político vai tentar, a partir de hoje, no horário eleitoral, conferir ideias àqueles candidatos que não as têm. Isso nos faz lembrar um candidato que, em anos passados, na tentativa de desqualificar um adversário, definiu-o como “um político de poucas ideias, e nenhuma própria”. Pois é. Estamos assim.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira