Saneamento travado

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Num país em que, por falta de investimentos, cerca de 100 milhões de pessoas (o equivalente à população do México) não dispõem de esgotos tratados e 40 milhões (o que corresponde a uma Argentina) não têm acesso adequado à água potável, é espantosa a constatação de que o dinheiro disponível para obras de saneamento básico não é utilizado.

Como mostrou reportagem de Edna Simão publicada sábado, dia 11, pelo Estado, por falta de projetos com o respectivo licenciamento ambiental, gestão deficiente dos programas ou acúmulo de problemas financeiros que limitam a capacidade de Estados e municípios de tomar recursos federais, dos R$ 4,6 bilhões previstos no orçamento deste ano do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o saneamento básico, apenas R$ 34 milhões, menos de 1% do total disponível, foram utilizados até agora.

Esses recursos são parte dos R$ 40 bilhões de investimentos em saneamento básico entre 2007 e 2010 previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em 2008, do orçamento de R$ 5,95 bilhões do FGTS para saneamento, foram contratados R$ 3,69 bilhões, ou 62%. Por causa da pequena liberação de recursos do FGTS no primeiro semestre, parece bem pouco provável que esse índice seja alcançado em 2009.
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Durante anos os investimentos em saneamento básico ficaram congelados por causa de problemas legais. Com poucas exceções, o setor público não tinha condições de realizá-los. Por impedimento legal ou por falta de uma legislação que desse segurança jurídica aos contratos de concessão, o setor privado não se sentia estimulado a substituir o setor público.
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Mudanças legais começaram a ser adotadas em 1995, com a Lei de Concessões, continuaram com a Lei dos Consórcios e, finalmente, com a Lei Geral de Saneamento Básico, de 2007. O novo quadro institucional para o saneamento básico dá ao titular dos serviços de água e esgotos (município ou Estado) três opções para atuar no setor: de modo direto, por meio de autarquia ou empresa própria; por gestão associada com outro ente federado (outro município ou o Estado); ou por meio de empresas privadas, escolhidas em licitação pública, com contrato de concessão ou pelo regime de Parceria Público-Privada. Esse modelo abriu caminho para a entrada de capital privado no setor.

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Por causa da baixa capacidade financeira, algumas empresas privadas estão impedidas de utilizar financiamentos diretos com recursos do FGTS. Para elas, o conselho do FGTS aprovou a aplicação de R$ 3 bilhões por meio de um fundo de investimento que, com recursos do FGTS, compra cotas de fundos de investimentos imobiliários lastreados em projetos de saneamento básico.

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Nessas operações, as empresas de saneamento básico dão como garantia parte da receita futura com a prestação do serviço público.

Mas persiste outro problema, de natureza fiscal, que é a capacidade dos Estados e dos municípios de tomar empréstimos novos. No passado, esses entes federados se endividaram de maneira excessiva, o que exigiu seguidas rolagens de suas dívidas, até que, no fim da década passada, se concluiu uma negociação definitiva. Essa negociação abriu caminho para a edição da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que impôs critérios rigorosos para os gastos com o funcionalismo e para a contratação de dívida nova, entre outros itens.

No caso dos órgãos públicos cuja capacidade de financiamento se esgotou, não pode ser aplicado o mecanismo utilizado com as empresas privadas. Dada a notória carência de investimentos em saneamento e a importância desse serviço na qualidade de vida da população, porém, será necessário encontrar uma solução que, sem ferir as regras da responsabilidade fiscal – que têm conduzido as finanças públicas no rumo da estabilidade -, permita a retomada dos investimentos públicos.

Sem uma solução para essa questão, os problemas continuarão se acumulando. Por falta de uma rede adequada de saneamento básico, milhares de pessoas, especialmente crianças, continuam a morrer no País. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 28 mil pessoas morrem no Brasil a cada ano por causa da contaminação da água ou de doenças ligadas à falta de higiene.
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Fonte: Estadão


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