Para a obtenção de dados da estabilidade estrutural de pontes, viadutos e túneis, as chamadas Obras de Arte Especiais, pelo método convencional analógico, representa um risco ao trabalhador, além de não permitir um monitoramento em tempo real em portfólios de estruturas urbanas.
Não obstante, a segurança operacional está relacionada aos incidentes e acidentes que ocorrem com quedas e rupturas dessas estruturas, o que provoca, automaticamente, um risco à vida da população e comunidade que reside próximo ou que utiliza esses acessos como base para o sua logística do dia a dia. Pensando nessa segurança, a Concremat propõe alternativas incluindo sensores conectados a placas solares e baterias, com conectividade 3G/4G.
Esses sensores transmitem dados em tempo real, armazenados na nuvem e integrados ao Sistema Integrado de Gestão de Ativos (SIGA), monitorando a estabilidade estrutural em tempo real de Obras de Arte Especiais (OAE) nos portfólios de clientes. A iniciativa da Concremat de implementar sensores em centros urbanos está alinhada à tendência global de “Smart Cities” (Cidades inteligentes), visando obter, em tempo real, informações sobre o funcionamento de grandes centros urbanos.
A empresa, focada em infraestrutura e na segurança e integridade de ativos logísticos, conecta o comportamento estrutural de todos esses ativos, através de sensores, em um único ambiente digital, em tempo real, fornecendo alertas, planejamento de manutenção e futuramente muitas outras funcionalidades.
Em parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), a Concremat realizou uma iniciativa de P&D desenvolvendo sensores, incluindo acelerômetro (vibração) e o strain gauge (extensômetro), alimentados por energia solar e capazes de transmitir dados para a nuvem.
Os testes pilotos foram conduzidos em Obras de Arte Especiais na cidade de São Paulo, com monitoramento e comparação de resultados entre o novo método e o convencional. Embora dados a longo prazo ainda não estejam disponíveis devido à novidade da aplicação da tecnologia, espera-se que a grande quantidade de dados gerados permita análises preditivas mais precisas sobre o comportamento das estruturas monitoradas.
SOBRE OS RESULTADOS
Segundo a Concremat, com os novos sensores desenvolvidos os resultados dos testes foram altamente positivos. De acordo com a empresa, a solução proporcionou redução de custos, principalmente na compra e implantação, com uma redução mínima de 60%, e a conectividade dos sensores também trouxe benefícios à mobilidade urbana, permitindo acompanhar em tempo real o comportamento das estruturas e gerando dados para entender e simular ocorrências futuras.
Comparando aos sensores tradicionais, há um contraste, porque antes esses ofereciam apenas dados periódicos, deixando lacunas de tempo e impossibilitando uma compreensão precisa e previsível do comportamento estrutural. Utilizando os sensores desenvolvidos pela Concremat, o ativo somente precisa ficar interditado durante o período de instalação, que obviamente é escolhido para o horário de menor fluxo de veículo, impactando o mínimo possível na mobilidade urbana da cidade, rodovia ou ativo logístico.
Além disso, a empresa lembra que, a organização ao planejamento de parada para manutenção dessas estruturas facilita muito a logística e preparo para que as grandes cidades organizem um novo fluxo de trânsito. Para a Concremat, devido à acumulação de dados em volume e qualidade, espera-se que, no futuro, seja possível implementar modelos de predição por meio da integração IoT com Big Data e Inteligência Artificial, proporcionando uma previsão mais assertiva do comportamento das estruturas.
AUTORES
Rodrigo Tadeu
Gerente Operacional
Guilherme Borges
Coordenador de Estratégia e Implantação
Leonardo Factori
Arquiteto