Não é de hoje que há essa necessidade. Entre São Paulo e Campinas há um amplo corredor de tráfego mostrando que ambas integram aquilo que o urbanista Jorge Wilhein chamava competentemente de macrometrópole. Absurda a conexão entre elas apenas por rodovias por mais modernosas que elas sejam. Sobretudo agora, que Indaiatuba e vizinhança compõem um pólo industrial que se amplia apoiado nas promessas – que estão se materializando – de que Viracopos vai se transformar numa grande cidade aeroportuária.
Não se trata evidentemente de um TAV nos moldes do que se aventava ilusoriamente no governo federal. O que se concebe é um trem convencional, moderno, com uma linha construída na superfície, com operação a partir da estação Água Branca. O primeiro trecho terá 135 km de extensão e chegará ao município de Americana. O percurso até Campinas não deverá demorar mais do que 1h30.
Pelas informações do governo paulista a obra será feita segundo o modelo de parceria público-privada (PPP) devendo custar aí por volta de R$ 5 bilhões. O prazo é que segue elástico: o trem só deverá funcionar, se o cronograma for rigorosamente cumprido, a partir de 2020.
O que de imediato provoca grandes inquietações e preocupações, nas promessas dessas obras, é o preço. Ele jamais ficará no patamar do que é oficialmente anunciado. Haja vista os casos da Refinaria Abreu e Lima, da transposição do rio São Francisco e até do túnel para a travessia Santos-Guarujá. A rigor, os preços duplicam, triplicam e chegam à estratosfera. Não sabemos como é que a economia estadual ou do País agüenta. A população vai resistindo aos saques contínuos. Mas, até quando?
Fonte: Nildo Carlos Oliveira