Os investimentos em projetos de infraestrutura no Brasil, financiados por meio de venda de participação ou emissão de dívida, somaram R$ 9,9 bilhões em 2008 — uma queda de 38,9% em relação a 2007, de acordo com dados divulgados pela Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid).
Apesar da redução no volume financeiro, o número de projetos se manteve praticamente estável: foram 35 projetos em 2008, contra 36 no ano anterior.
Energia concentrou mais de 60% dos investimentos
Segundo a Anbid, o setor de energia elétrica liderou os aportes, absorvendo 60,3% dos recursos totais. Em seguida vieram:
- Petróleo e gás: 13,7%
- Transporte e logística: 11,7%
- Agronegócio: 7,5%
Esse movimento reflete a prioridade nacional em projetos energéticos e o avanço de obras de geração e transmissão no período.
Redução no volume de dívida
Em relação ao financiamento por dívida, os números também caíram. Em 2008, o total captado foi de R$ 7,2 bilhões, contra R$ 11,8 bilhões em 2007 — um recuo de 39,1%. No entanto, a relação dívida/investimento aumentou, atingindo 72,2%, acima da média histórica de 71,5%.
Concessões impulsionadas por grandes projetos de energia
Um dado que contrasta com a tendência geral é o crescimento expressivo dos financiamentos em concessões governamentais, que totalizaram R$ 29,8 bilhões — um salto de 992,8% em relação a 2007. O destaque ficou por conta de dois megaprojetos no setor energético:
- Usina Hidrelétrica de Jirau (R$ 8,7 bilhões)
- Usina Hidrelétrica de Santo Antônio (R$ 9,5 bilhões)
Juntos, esses projetos representaram 90,7% dos investimentos via concessões, impulsionando a infraestrutura energética nacional. Já o setor de transporte e logística ficou com os 9,3% restantes, somando R$ 2,8 bilhões.
Embora a crise econômica tenha afetado fortemente os investimentos em infraestrutura em 2008, o setor de energia conseguiu manter protagonismo, especialmente por meio das concessões. Os dados reforçam a importância dos grandes projetos energéticos para a retomada do crescimento e o papel estratégico das parcerias público-privadas no financiamento da infraestrutura nacional.




