Após décadas de predominância do transporte rodoviário, empresas do setor logístico voltam a apostar em ferrovias como alternativa mais eficiente e econômica. O objetivo principal é ampliar o escoamento da produção de açúcar e outras commodities agrícolas rumo ao Porto de Santos, por meio de um sistema ferroviário modernizado e de alta capacidade.
Segundo Bernardo Hees, presidente da América Latina Logística (ALL), “na média, a ferrovia é 20% mais barata do que o transporte rodoviário”.
Investimento bilionário no transporte ferroviário
A ALL, em parceria com a Rumo Logística, empresa do grupo Cosan, anunciou R$ 1,2 bilhão em investimentos ao longo dos próximos cinco anos. A meta é transportar, por meio dos trilhos, 9 milhões de toneladas de açúcar por ano, partindo do interior paulista e passando pela região de Campinas até o litoral paulista.
As obras estão previstas para começar ainda no segundo semestre, com entregas das primeiras melhorias programadas para 2010. No total, 370 km de ferrovia passarão por intervenções — incluindo duplicações de trechos, aquisição de locomotivas e novos vagões.
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Um novo terminal de cargas será construído em Itirapina, cidade localizada na região Central do Estado de São Paulo, como parte da estrutura de escoamento.
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Redução de custos e benefícios para a indústria
Além de beneficiar o agronegócio e o setor exportador, a renovação da ferrovia promete vantagens também para a indústria do interior paulista. Segundo José Maria Simões, assessor de diretoria de uma empresa de armazéns, a expectativa é de que haja redução no custo de exportação e alívio na operação do Porto de Santos.
Já José Nunes Filho, vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), em Campinas, destaca a importação de matéria-prima como um dos grandes entraves da indústria local, atualmente feita por rodovias que atravessam a capital. A nova ferrovia pode facilitar a chegada de containers com insumos via trilhos, reduzindo o tempo de transporte e os custos logísticos.




