Porto Futuro II deve abrigar memorial, museu e centro de inovação em Belém

Porto Futuro II deve abrigar memorial, museu e centro de inovação em Belém

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O Porto Futuro II, localizado no bairro do Reduto, em Belém, está passando por obras de restauro e reconstrução de cinco armazéns em uma área de 50 mil m².O projeto, que está dividido em duas etapas (pré-COP e pós-COP), é uma das principais intervenções urbanas do Pará para a COP 30, com previsão de conclusão para outubro de 2025. O local abrigará o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, um centro integrado que conecta inovação tecnológica, sabores tradicionais e empreendedorismo sustentável.

O local pretende ser um dos principais espaços culturais e de convivência durante a COP 30, abrigando atrações para visitantes e delegações, além de integrar a agenda de eventos paralelos da conferência. Inaugurado em 2 de outubro de 1909, com 120 m de cais e o primeiro armazém, o local foi concluído quatro anos depois, em 1913, com 15 armazéns e 1.860 m de cais acostável. Na época da inauguração, predominavam em Belém o comércio e a exportação da borracha. A partir dos anos 1970, iniciou a
exportação de produtos como o trigo. O espaço tem mais de 100 anos de existência.

O processo de restauro do Porto Futuro II está passando por diversas etapas realizadas de forma detalhada, com a supervisão de uma equipe que conta com mais de 400 profissionais, entre técnicos, engenheiros, arquitetos e especialistas. A aprovação dos órgãos de fiscalização, como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Dphac), também é parte essencial no processo de confecção e execução do projeto.

“Nesse projeto, a maior parte das estruturas metálicas dos armazéns passou por processo de restauração
e outras foram substituídas. Foi feito um mapeamento a laser para identificar as peças que tinham
condições de serem preservadas e as que não tinham. É necessário o conhecimento dos conceitos de restauro para dar andamento às obras, já que, nesses casos, não podemos criar um ‘falso histórico’”, explica o arquiteto Rodolfo Castro, diretor do Departamento de Projetos da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).

No caso das obras do Porto Futuro II, o falso histórico foi evitado por meio da distinção, que pode ser
observada nas cores utilizadas nos armazéns. “As peças com tom de vermelho mais claro são as peças originais do local, enquanto as pintadas com vermelho mais escuro indicam as estruturas que foram substituídas ou adicionadas durante a obra”, detalha o arquiteto e diretor da Secult. A etapa de restauração das estruturas metálicas já foi concluída, e atualmente ocorre a instalação da pele de vidro dos armazéns.

Os guindastes característicos da região também passam por processo de restauro. No total, são sete,
entre eles um de maior porte, que servirá como mirante para o público após a COP 30, além dos demais que irão compor o espaço e contribuir para contar a história do local. Até o piso do local passará
por restauração, na última etapa antes da entrega. Os paralelepípedos, característicos da época em que o porto foi construído, serão retirados, restaurados e recolocados para compor um cenário.

Anteriormente administrado pela Companhia Docas do Pará (CDP), o local foi cedido ao Governo do Estado para abrigar, em seus armazéns históricos, novos espaços e também remontar o passado, por meio do Museu da Navegação, que será incorporado ao complexo. A obra é gerenciada pela Secult. “A cidade de Belém é marcada por sua relação com os rios, que cercam a nossa capital e são fundamentais para a vida e a cultura de seus habitantes. Essa conexão ribeirinha tem raízes profundas em nossa ancestralidade, e é justamente com esse legado que o projeto Porto Futuro II dialoga. É um investimento de quase R$600 milhões”, destaca Ursula Vidal, Secretária de Cultura do Pará. Além disso, ela ressalta que o Porto Futuro II será uma das maiores áreas portuárias turísticas do Brasil. “Isso simboliza o nosso compromisso com o progresso, valorizando nossas memórias. O Pará está cumprindo seu ‘dever de casa’ ao investir em novos setores econômicos que impactarão positivamente os indicadores sociais do estado”, frisa Ursula Vidal.

EQUIPAMENTOS

O complexo contará com cinco empreendimentos, em uma espécie de “condomínio”: o Museu das Amazônias, no Armazém 4A; o Centro Gastronômico, no Armazém 4; o Parque de Bioeconomia, nos Armazéns 5 e 6; e a Caixa Cultural, administrada pela Caixa Econômica Federal. Quiosques, um espaço de convivência interno com playground e uma fonte de água interativa também fazem parte do projeto. O Museu das Amazônias será administrado pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), responsável
por museus como o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. O local contará com exposições inéditas.

Para incentivar a economia local e amazônica, o Parque de Bioeconomia terá dois espaços onde empreendedores poderão desenvolver suas ideias de negócio e comercializá-las posteriormente. O espaço Caixa Cultural, já presente em outros Estados do Brasil, será dedicado a exposições, galerias de arte, teatro e iniciativas culturais. A Caixa Cultural de Belém será a primeira da região Norte.

Além do Porto Futuro II, o Parque da Cidade, localizado na avenida Júlio César, também está com as obras avançadas. O espaço, que será o palco da COP 30, já conta com 75% das obras concluídas da fase COP, seguindo o cronograma previsto para entrega em novembro de 2025. O local conta com uma vasta área de vegetação, composta, em sua maioria, por espécies regionais transplantadas, somando 2.500 espécimes arbóreos que serão entregues na primeira fase do projeto, em novembro. O espaço contará com equipamentos como os complexos de Economia Criativa e de Gastronomia, além de quadras, áreas de lazer e convivência.

Localização
Bairro: Reduto, Belém
Categoria
Área: Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano;
Responsável: Governo do Pará;
Estrutura prevista

  • Restauro e reconstrução de 5 armazéns em área de 50 mil m², com cobertura vegetal;
  • Memorial da Navegação;
  • Centro de Inovação em Bioeconomia da Amazônia;
  • Museu das Amazônias;
  • Espaços para economia criativa e cultura alimentar;
  • Nove guindastes restaurados, sendo dois transformados em mirantes;
  • Praças Pedro Teixeira e Barão de Mauá também serão revitalizadas;
    Investimento e andamento
  • Orçamento: R$ 568 milhões
  • Financiamento: Vale (Programa Estadual Estrutura Pará) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
  • Gestor da obra: Secretaria de Estado de Cultura (Secult)
  • Andamento geral: 88% (maio de 2025)
    Cronograma
  • Início da obra: junho de 2023;
  • Previsão de término: outubro de 2025;
  • O Porto Futuro II deve ampliar a oferta de espaços culturais e turísticos em Belém, sendo um dos principais espaços da COP 30.

COM R$136 MILHÕES DE INVESTIMENTOS, BRT CENTENÁRIO VAI MODERNIZAR A REGIÃO NO ENTORNO DA COP30

A 1ª etapa da revitalização da Avenida Júlio César faz parte do projeto BRT Centenário, que prevê a recuperação de 4,85 km da via, do perímetro da avenida Almirante Barroso até o Aeroporto Internacional de Belém. O objetivo é melhorar a infraestrutura viária, o transporte coletivo e a integração urbana antes da COP 30.

A revitalização da avenida vai facilitar o acesso ao Aeroporto Internacional e melhorar a mobilidade de moradores e visitantes durante a COP. O projeto pretende modernizar a mobilidade, infraestrutura e integração em Belém antes e após o evento.

Localização

  • Bairros atendidos: Maracangalha, Sacramenta, Souza, Marambaia
    e Val-de-Cães, Belém
    Categoria
    Área: mobilidade
    Responsável: Prefeitura de Belém
    Estrutura Prevista
  • Recuperação de 4,85 km da avenida Júlio César
  • Construção de passagem para travessia do Igarapé Murucutu
  • Alargamento nos dois sentidos do Elevado Daniel Berg
  • Estação de passageiros do Aeroporto
  • Faixa preferencial para transporte coletivo
  • Investimentos e andamentos
  • Orçamento: R$ 136 milhões
  • Financiadores: Caixa Econômica Federal (via FGTS) e Prefeitura de
    Belém (Tesouro Municipal)
  • Gestor da obra: Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb)
  • Andamento geral: 22% (abril de 2025)
    Cronograma
  • Início da obra: janeiro de 2024
  • Previsão de término: julho de 2025
  • Novo prazo de término: agosto de 2025


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