Investimentos bilionários são adiados com a crise econômica global

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A piora da crise econômica mundial em 2008 trouxe impactos diretos ao desenvolvimento de grandes projetos no Brasil. Desde setembro daquele ano, empresas nacionais e multinacionais suspenderam ou cancelaram investimentos que somavam R$ 75,5 bilhões, conforme levantamento do jornal O Globo. Os setores mais afetados foram mineração, siderurgia, papel e celulose, energia, agroindústria e infraestrutura.

Principais projetos afetados

Ao todo, 46 grandes empreendimentos de 32 empresas foram impactados. Entre os projetos paralisados estão:

  • A usina siderúrgica da Vale com a chinesa Baosteel (cancelada)
  • O megaporto da LLX Logística (cancelado)
  • Diversas obras no setor sucroalcooleiro e de papel e celulose (adiadas)

Segundo o estudo, 28,7 bilhões de reais deixaram de ser investidos apenas em mineração e aço.

Por que os investimentos foram suspensos?

Fatores que contribuíram para o recuo:

  • Queda da demanda por produtos no mercado interno e externo
  • Redução drástica nos preços das commodities
  • Aumento do custo do crédito
  • Incerteza sobre a recuperação da economia mundial

Empresas optaram por adiar a execução ou a construção de projetos de 6 a 12 meses. No entanto, não há garantias de que os investimentos serão retomados, como alertam especialistas do Ipea e da ABDIB.

Impactos no mercado de trabalho e na indústria

Queda de empregos e redução de encomendas

A paralisação dos investimentos resultou na possível perda de 70 mil empregos diretos. O setor de máquinas e equipamentos, por exemplo, registrou quedas expressivas de pedidos em novembro e dezembro de 2008 — uma retração de até 32% em um mês.

Na indústria eletroeletrônica, os investimentos caíram de R$ 6,2 bilhões em 2008 para R$ 5,3 bilhões em 2009. O setor sucroalcooleiro também sofreu: dos 43 projetos previstos para 2009, apenas 22 foram mantidos.

Expectativas para retomada

Segundo o ex-secretário de Política Econômica, Júlio Gomes de Almeida, empresas só continuarão projetos já iniciados, devido ao custo de paralisação. Já o presidente da ABDIB, Paulo Godoy, afirma que a retomada dos investimentos depende de estabilidade regulatória e disponibilidade de crédito.

A infraestrutura pode receber até R$ 100 bilhões entre 2009 e 2010, mas isso dependerá do andamento da crise e das medidas do governo para estimular a economia.


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