Com edital lançado no último dia 18 para construção e operação, por meio de uma parceria público-privada (PPP), da ponte Salvador-Itaparica (BA), com 12,3 km, a CCCC-Concremat anunciou sua participação no leilão previsto para o final de novembro.
A chinesa CCCC, que em 2016 comprou 80% da brasileira Concremat, é a maior empresa de construção de pontes na China. O vencedor do leilão deve assinar contrato de 35 anos. Os investimentos previstos no período são de R$ 5,3 bilhões.
Eduardo Viegas, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios, afirmou que a empresa ainda trabalha fortemente no país com gerenciamento e projetos, mas que com a entrada da CCCC ela começou a desenvolver sua divisão de EPC no país.
Um dos trabalhos que a CCCC-Concremat já realiza em regime de EPC é o gasoduto terrestre de cerca de 48 km do chamado projeto Rota 3 da Petrobras. A estrutura fará a ligação do litoral do município de Maricá (RJ) ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí (RJ), para transporte de gás natural proveniente do pré-sal. O contrato de construção assinado com a Petrobras ocorreu em 14 de novembro de 2018. Nesse projeto, a CCCC-Concremat está consorciada com a Encalso.
Ainda nessa área de dutos, a empresa iniciou o gerenciamento das obras do alcoolduto de Guararema a Guarulhos (SP), com quatro terminais e 94 km, para a empresa Logum Logística, que tem como sócios as seguintes empresas: copersucar (30%), Raizen (30%), Petrobras (30%) e Uniduto Logística (10%).
A CCCC também deu início a terraplenagem do porto de São Luís (MA), que foi anunciado como primeiro projeto da empresa chinesa no Brasil pós-aquisição da Concremat. O terminal portuário privado, que tem sócios brasileiros e que juntos com os chineses formam uma sociedade de propósito específico (SPE), abrange área de 2 milhões de m² e seis berços de atracação. Ressalta-se que o grupo chinês tem forte atuação na área portuária na China e a unidade de portos da CCCC tem trabalhado com a Concremat no desenvolvimento do projeto de São Luís.
Sobre o anúncio feito há alguns meses sobre uma futura usina de laminação de aço da Vale em Marabá (PA), a CCCC-Concremat informa que no momento realiza estudos de meio ambiente e engenharia, que devem durar até o ano que vem. Segundo Eduardo Viegas, não se trata de parceria com a mineradora, mas um futuro projeto de EPC.
A Concremat vem ainda ampliando sua atuação na América Latina. Segundo o vice-presidente, hoje, 8% da carteira da empresa está no exterior. Na capital do Paraguai, Assunção, a empresa chegou a montar escritório. Naquele país, há em andamento um projeto no segmento de saneamento (estação de tratamento de água) e outro rodoviário. Na Bolívia, a atuação é também no segmento rodoviário. E na República Dominicana, o grupo realiza supervisão de construção de barragem.