Com previsão de lançamento do edital do projeto executivo, obras civis e sistemas ainda para este primeiro trimestre de 2025, a Linha 19-Celeste, entre Anhangabaú e Guarulhos, que terá suas obras licitadas pelo Metrô de São Paulo em um prazo otimista – iniciadas em 2026 e concluídas em seis
anos. O ramal, que contará com 17,6 km de extensão em um percurso de 15 estações, deve ficar pronto em 2032, segundo informações divulgadas recentemente pelo Metrô de São Paulo.
Antes do início do projeto executivo, o projeto básico para implantação da Linha -19 do Metrô SP já foi concluído, sendo desenvolvido pelo Consórcio MNEPIE. O megaprojeto com alta complexidade compreende a uma linha 100% subterrânea, em regiões altamente adensadas e que, segundo os autores do projeto da MNEPIE, apresentam grandes problemas de compatibilização, tendo em vista o volume de disciplinas envolvidas, além das dificuldades encontradas quanto às interferências de inserção urbana de uma linha de metrô.
Diante deste desafio, o Consórcio fez uso da tecnologia BIM (Building Information Modeling) desde o início do projeto para otimizar o planejamento e principalmente visualizar todas as interferências com alto grau de precisão, possibilitando maior assertividade durante o processo de elaboração dos projetos.
Segundo o MNEPIE, “este é o primeiro projeto do Metrô concebido desde o início com modelagem tridimensional de todas as disciplinas do projeto, permitindo uma integração mais eficiente entre as áreas de arquitetura, engenharia e operação”.
Para os desenvolvedores do projeto, “a aplicação do BIM possibilita uma visualização detalhada das construções, facilitando ajustes antes da implantação efetiva do projeto”.
SOBRE A ELABORAÇÃO DO PROJETO
Além das estações, toda a via permanente foi modelada em 3D, permitindo a otimização do traçado. Tecnologias como o Laser Scan foram utilizadas nas estações Anhangabaú e São Bento para criar nuvens de pontos tridimensionais, fornecendo informações precisas para a integração entre linhas.
A modelagem em BIM também foi aplicada para representar detalhadamente elementos como o Pátio Vila Medeiros e saídas de emergência, permitindo uma compreensão abrangente das estruturas antes da construção.
De acordo com o Consórcio, o uso da metodologia BIM possibilitou realizar com bastante precisão a identificação de interferências e inconsistências, visando a compatibilização dos projetos de maneira eficaz, eliminado a metodologia de sobreposição de pranchas, bastante ineficiente para essa finalidade. Ao todo, foram 16.308 incompatibilidades (ISSUES) relacionadas a conflitos físicos, não conformidades e ausência de informação técnica, que, segundo o Consórcio, foram devidamente ajustadas e que, certamente, não seriam identificadas nesse volume se fosse utilizado o processo convencional de sobreposição de pranchas.
Por fim, segundo o MNEPIE, a adoção do BIM na Linha 19-Celeste representou um avanço significativo, resultando em maior eficiência, precisão e economia de recursos ao longo de todo o ciclo de vida do empreendimento. Durante a elaboração dos projetos, o Consórcio observou inúmeros ganhos como assertividade no levantamento de quantidades de insumos e a facilitação de visualização de incompatibilidades.
Sobre a Linha 19
A Linha 19-Celeste, entre Anhangabaú e Guarulhos, percorrerá por 15 estações – com início na Estação Anhangabaú e seguirá em direção ao norte, passando por bairros como Vila Maria e Vila Medeiros, até alcançar o Bosque Maia, em Guarulhos.
Ela será integrada a outras linhas do sistema metroferroviário, permitindo conexões com:
- Linha 3 – Vermelha na Estação Anhangabaú;
- Linha 1 – Azul na Estação São Bento;
- Linha 11 – Coral da CPTM na Estação Pari;
- Linha 2 – Verde na futura Estação Dutra.
Segundo informações divulgadas pelo Metrô de SP, a Linha 19-Celeste deverá ser dividida em três lotes diferentes. Até o fechamento desta edição, não havia sido definida a divisão exata dos serviços e a divulgação do edital, mas, segundo o Metrô, pela localização da linha pode-se supor que dois lotes sejam relativos ao município de São Paulo e um deles em Guarulhos.
De acordo ainda com anúncio feito pelo governador Tarcísio de Freitas, em fevereiro, a Linha 19-Celeste contará com três tuneladoras operando simultaneamente, a fim de acelerar as obras.

Conheça os autores
Silvio Nicolau – Diretor Op. Maubertec | Vanessa dos Santos Kanazawa
– Diretora de Infraestrutura Nova Engevix Engenharia | Irineu Venâncio Diretor Polux Eng | Flavia Albertoni – Diretoria de Infraestrutura Intertechne | Fernando Rebouças Stucchi – Sócio Diretor
