A otimização do processo executivo de terraplenagem desenvolvido pela Construtora Barbosa Mello em obras aeroportuárias com utilização de Modelagem BIM 3D, Machine Control e Gestão de Frotas gerou aumento de 15% de produtividade no processo executivo, economizando 27 dias em relação ao processo convencional. Além disso, houve redução do consumo de diesel em 15% em todos os serviços de terraplenagem, representando uma economia de aproximadamente R$ 276 mil.
Sem contar os impactos positivos ao meio ambiente, como a redução significativa nas emissões de carbono devido à diminuição do consumo de diesel pelos equipamentos e menores índices de retrabalho nos serviços, correspondendo a uma redução de 48 mil litros de diesel, equivalentes a 111,81 toneladas de CO2 equivalente (tCO2e). A aplicação do BIM em terraplenagem foi realizada no projeto de uma nova pista de pouso e decolagem e ampliação do pátio e estacionamento de aeronaves de asas rotativas em um aeroporto situado na região de Macaé (RJ). O projeto tinha como escopo principal a realização de um conjunto amplo de intervenções, contemplando a execução de 739 mil m³ de terraplenagem, dos quais aproximadamente 80 mil m³ de colchão drenante em areia e 382 mil m³ de argila/silte.
O caminho crítico do projeto envolvia a estabilização de solo mole com emprego de técnica de geotecnia, contemplada por aplicação de geodreno em solo com profundidades médias de 6 m, colchão drenante em areia e execução de aterro de sobrecarga. Isso ocorreu em condições limitadas de operação devido ao funcionamento do aeroporto e aos requisitos de segurança específicos. Considerando o prazo de 60 dias de mobilização, restavam apenas 130 dias para a execução da terraplenagem e aterro de sobrecarga, representando um grande desafio para conseguir cumprir o planejamento antes do período chuvoso, no qual as condições de operação são paralisadas e severamente afetadas. Adicionalmente, por se tratar de uma obra em área urbana, a interação com a comunidade também trouxe complexidade ao projeto.
O terreno no qual a nova pista do aeroporto seria construída era utilizado para o tráfego de veículos e ficava próximo a residências e estabelecimentos locais. A CBM mobilizou um plano de ação para atuar nessas condições, mitigando os impactos e priorizando a contratação de mão de obra local para fomentar a economia e o desenvolvimento da região. Frente a este cenário, a construtora buscou pela inovação em sua solução de engenharia, desenvolvendo seu capital humano e aplicando de forma integrada as metodologias de Modelagem BIM 3D, Machine Control e Gestão de Frotas no processo executivo de terraplanagem.
A solução visou a superar os desafios que compreendiam a execução de grandes volumes de terraplenagem em uma janela de operação limitada, além de enfrentar interferências multifatoriais, como a questão climática. O uso do BIM permite a visualização tridimensional dos projetos, facilitando a comunicação e entendimento da obra; a identificação de interferências e compatibilização de projetos de diferentes disciplinas, minimizando retrabalhos; a emissão de documentos detalhados de engenharia, aumentando a qualidade e velocidade das entregas; e a quantificação dos volumes de serviços de terraplanagem e pavimentação, aumentando a previsibilidade de recursos.
Os modelos BIM 3D foram embarcados nos equipamentos de linha amarela em plataformas de Machine Control, mensurando sua performance por meio de um sistema de gestão de frotas com recursos pioneiros no mercado.
Nesse aspecto, houve melhor alocação de recursos por meio do gerenciamento em tempo real do sistema de gestão de frotas. O uso integrado dessas tecnologias aplicadas ao processo construtivo viabilizou o alcance de melhorias significativas nos indicadores de negócio, apropriados pelo programa de excelência operacional da empresa, destacando-se – além dos ganhos de produtividade, de redução de custos e diminuição de emissões – 11.625 horas de trabalho evitadas com o uso da tecnologia, minimizando a exposição de colaboradores em áreas de risco e garantindo sua segurança. Segundo a empresa, a iniciativa representou um avanço importante no desenvolvimento das equipes envolvidas e permitiu colocar em prática uma engenharia sustentável, gerando valor para o cliente e fomentando o desenvolvimento das comunidades do entorno. Foi possível a capacitação e desenvolvimento local de mais de 100 colaboradores para operacionalizar o novo processo executivo.
AUTORES
Alícia M. Gross Figueiró
Vice-Presidente Corporativa
Larissa Pinto Barbosa
Assessora de Comunicação
Carlos Teixeira
Engenheiro de Produção
Marcelo Augusto F Branquinho
Gerente de Comunicação e Marketing
Andre Daros Andrade
Líder de Excelência Operacional
Lucas de Almeida e Silva Freire
Engenheiro de Planejamento
Guilherme de Souza Bechara
Gerente de Soluções em Engenharia
Carlos Eduardo Machado
Coordenador de Produção
Luiz Vono
Gerente de Contrato
Henrique Ferreira dos Santos
Líder de Construção Digital
Marcio Zardini
Coordenador de Planejamento
Pedro Henrique D. Guimarães
Líder de Governança de Projetos
Reinaldo Aguiar
Engenheiro de Automação
Stephanie Lacerda N de Souza
Analista de Processos