Para não interromper as obras do pátio internacional de aeronaves do Aeroporto Internacional do Recife no período chuvoso, Passarelli Engenharia lançou mão de uma solução inovadora: uma mega tenda inflável cobrindo a área a ser pavimentada. A estrutura ficou posicionada durante dois meses na obra e permitiu que se garantisse o prazo de execução das obras.
Considerando que o projeto era composto de uma seção de terraplenagem – brita graduada simples (BGS) e uma camada de brita graduada tratada com cimento (BGTC) – e somente após este pacote seria executada a camada de 40 cm em concreto de FCK 35 mpa, seria praticamente impossível a execução das camadas BGTC e BGS com chuva, devido a suas características de composição e impossibilidade de se atingir os níveis de energia de compactação adequados a uma pista aeroportuária.
Por conta desse problema, a equipe técnica da obra passou a mapear soluções que pudessem ser adotadas. Entre elas, foi pensado: substituição de solo por areia e execução de adensamento, manter solo com jazidas próximas cobertas com lona, uso de tendas menores móveis com pórticos e roldanas e, por fim, a que se mostrou a mais viável – o uso de tendas infláveis. A solução até então nunca utilizada em Recife, bem como em obras aeroportuárias, foi a montagem de duas megatendas infláveis, de forma a garantir continuidade dos trabalhos de terraplenagem e pavimentação durante o período de chuvas.
Seus domos tinham altura interna de 15 m, com espaço suficiente para manobras dos equipamentos e máquinas necessários.
Nas tendas, a cobertura é suportada pela pressão interna do ar, dada pelo quociente entre a vazão de entrada de ar, suprimida pelos insufladores e a saída de ar por fugas e pontos pré-determinados. Ou seja, a estrutura deve ser pressurizada de modo que a pressão interna seja superior a qualquer pressão externa aplicada à estrutura – vento, chuva etc. A membrana constitui-se na estrutura e vedação do insuflável – não há armação metálica na cobertura, com exceção da porta de acesso, para manter a integridade estrutural.
A ancoragem é simples, com fixação de hastes no chão com apoio de uma retroescavadeira.
De acordo com os técnicos, a conclusão foi que com o posicionamento das tendas, ao cobrir 10.000 m² dos eventuais 30.000 m² de pátio de pavimento rígido – onde a seção de projeto indicaria mais dificuldade de execução por conta da declividade mínima e impossibilidade de execução parcial do concreto, diferentemente da parte em asfalto – haveria a certeza de que, no fim de junho, seria iniciada a execução do pavimento rígido. Com isso, ao longo do tempo, seria possível manter uma média de aplicação diária. “Vale ressaltar que o desafio era gigantesco, pois executar 12.500m³ de pavimento rígido dentro de um período curto e tão chuvoso, em um aeroporto localizado na área central da cidade, não seria nada simples. Afinal a média deveria ser de 150m³/dia”, afirmam os técnicos da empresa, destacando que o desafio foi superado. Como resultado, a obra de ampliação do Aeroporto Internacional do Recife foi entregue operacional no prazo.
Segundo a Passarelli, o uso da mega tenda foi fundamental para a execução e cumprimento do cronograma. Entre os pontos positivos, ela aponta que o uso da tenda inflável permitiu que o custo improdutivo fosse minimizado e o prazo de conclusão fosse garantido. Além disso, em projetos onde o ciclo hidrológico é impactante, o uso da tenda pode representar otimização de prazo e possível ganho financeiro com a redução de permanência da mão de obra indireta ao longo do contrato e o principal: durante o período de chuva é garantida a continuidade dos serviços, mantendo a segurança do colaborador.
AUTORES
Eng. Oliander Leandro Castilho Zacarias
Gerente de Contrato – Passarelli Engenharia
Eng. João Luís Aquino da Rocha
Coordenador de Produção Lado Ar – Passarelli Engenharia